O "Papo Literário" é uma coluna do Blog Livros e Coisas Menos Incríveis, onde o Caleb vos escreverá sobre livros, autores, adaptações cinematográficas, séries de TV’s, indicações etc.
O Papo Literário de hoje tem um gostinho todo especial para mim, pois com muita honra falarei sobre um de meus autores e livros favoritos. Enfim, para quê esperar mais? Apresento a vocês: Markus Zusak, autor de A menina que roubava livros.
“Quando estava crescendo, ouvi histórias em casa sobre Munique e Viena, em tempos de guerra, de quando os meus pais eram crianças. Duas histórias de minha mãe me afetaram muito. A primeira foi sobre Munique a ser bombardeada, e como o céu estava em chamas, como tudo era vermelho. A segunda era sobre outra coisa que ela viu: Um dia, houve um ruído terrível vindo da rua principal da cidade, e quando ela correu para vê-lo, ela viu que o povo judeu e outros criminosos estavam sendo levados para Dachau. Na parte de trás da linha, havia um homem velho, totalmente abatido, que não conseguia acompanhar. Quando um adolescente viu isso, ele correu para dentro e trouxe ao homem um pedaço de pão. O homem caiu de joelhos, beijou os tornozelos do menino e agradeceu... Mas, um soldado percebeu e se aproximou. Ele arrancou o pão das mãos do homem e o chicoteou, forçando-o a voltar a caminhar. Em seguida, ele perseguiu o rapaz e o chicoteou por ter dado o pão. Naquele momento, houve um ato de grande bondade e um de grande crueldade, e eu vi-a como a história perfeita de como os seres humanos são. Quando me lembrei dessas histórias, quis contá-las em um pequeno livro. O resultado foi “A Menina que Roubava Livros” - um livro muito maior - que passou a significar tudo para mim. Não importa o que alguém já disse sobre esse livro, seja bom ou ruim, eu sei que foi o melhor que pude fazer, e não acho que um escritor pode pedir mais de si do que isso.” – Markus Zusak
Markus é o mais novo dentre quatro filhos de uma alemã e um austríaco e, como relatou acima, cresceu ouvindo histórias sobre a Alemanha Nazista, Judeus e o pavoroso bombardeio de Munique. Isto foi o que o inspirou a escrever seu livro mais consagrado, A menina que roubava livros.
"Nós temos essas imagens das marchas em fila de garotos e dos 'Heil Hitlers' e essa ideia de que todos na Alemanha estavam nisso juntos. Mas ainda havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam as regras, pessoas que esconderam judeus e outras pessoas em suas casas. Então eis outro lado da Alemanha Nazista." (Trecho da entrevista com o The Sydney Morning Herald.)
Hoje, na casa dos 30, Zusak vive em Sydney com sua esposa e sua filha e gosta de surfar e assistir filmes no tempo livre. Ele é considerado por críticos um dos mais poéticos e inovadores romancistas de nossa época. E além do fenômeno literário “A menina que roubava livros” escreveu outros seis livros, quatro deles premiados, mas infelizmente apenas um deles lançado no Brasil que é “Eu sou o mensageiro”.
Um pouco sobre A menina que roubava livros:
Quando a morte conta uma história,
você deve parar para ler.
Título Nacional: A Menina que Roubava Livros.
Autor: Markus Zusak.
Editora: Intrínseca.
Ano: 2007.
Páginas: 480.
“BRILHANTE e extraordinariamente ambicioso...
Este é o tipo de livro que pode MUDAR VIDAS.” - New York Times.
Se me perguntassem: “Caleb, qual o livro que mais marcou sua vida? (fora Harry Potter)” Eu responderia sem pestanejar: “A menina que roubava livros”, porque não tenho palavras para descrever este livro ou para a quantidade de sentimentos que há no mesmo. Sim, este não é só mais um livro sobre a Alemanha Nazista e um führer louco. Vai muito, mas muito além disso. É uma história sobre a vida, sobre nós mesmos, sobre a maldade e a bondade do ser humano narrados por uma personagem um tanto inusitada, mas completamente cativante, mas deixemos que ela se apresente por sí mesmo:
"Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pausada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente."
Eu poderia falar sobre o enredo, mas nunca de modo tão vívido quanto a própria narradora. Então, deixemos que ela fale (clique aqui e leia o prólogo). Me resta apenas adiantar que é quase impossível não chorar lendo a história da pequena roubadora de livros e confessar que o fiz de modo vergonhoso e soluçante.
É claro que um livro tão bom não poderia deixar de ter uma adaptação para as telonas. A Fox, que comprou os direitos há cerca de cinco anos e engavetou o projeto, anunciou nessa última semana que a tão esperada adaptação já está em processo de produção. Então, acho que é justo afirmar que até o fim do primeiro semestre teremos informações sobre o elenco, data de lançamento etc. E não tenham dúvidas, os manterei informados.
E por não ter muitas informações sobre o filme deixo aqui para vocês um booktrailer legendado feito por estudantes para o “Teen Book Video Awards” uma competição Atraliana muito legal.
Lembro-me de duas fases da vida: ‘Antes’ e ‘Depois de A menina que roubava livros’.
Até semana que vem!
E como há braços, abraços.
Caleb Henrique.
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